terça-feira, 19 de junho de 2012

Internacional 1x2 Botafogo


Robin Hood dos Pampas



O Internacional é um clube tricampeão brasileiro tendo se consagrado, em 1979, como o único invicto a conquistar o campeonato. A reputação precede uma entidade que ficou duas décadas lembrando-se desse passado glorioso, mas não o paradoxo do desejo, vendo novas conquistas fugirem pela culatra. Anos depois, veio o período dourado, onde uma quantidade considerável de títulos expressivos dominou os portões do Beira-Rio, trazendo a torcida de volta para junto do seu time do coração.
Mas é ao brasileirão que desejo me referir. Os pontos corridos são malvados. Parece coincidência, mas na única vez que fizemos algo diferente do que fazemos todos os anos, o Colorado teve a petulância de tentar ganhar o título que o Corinthians comprou. Era para sermos tetra naquela ocasião, mas nossa derrota fora do campo deixou o clube mais forte e, evidentemente, muito mais competitivo. Competitivo, sim. Contra o Fluminense, na última Libertadores, demonstrou-se que a camisa ganhou um peso maior para jogos de mata ou morre. Duas partidas onde houve superioridade absoluta, mas melancolicamente, uma eliminação circunstancial. É do jogo. Pontos corridos, todavia, e como disse, são malvados. Eles dizem para o Inter, independente dos jogadores que vestem sua camisa: você cometerá os mesmos erros todos os anos, sem parar. Vai entrar achando que ganhará todas as partidas em casa e tropeçará ridiculamente nos embates fáceis. Dará esperança a torcida em vitórias colossais contra gigantes, mas perderá pontos para os pequenos. Tirará dos ricos e entregará aos pobres. E assim a onda vai. O Inter, todos os anos, é apontado como favorito no Brasileirão em virtude do belo plantel, porém nunca confirma essa tendência. Fica lá beirando a primeira colocação como se fosse um espermatozoide desejando o óvulo, mas nunca faz o filho. Nunca conquista a criança. Nunca dá o prazer ao seu torcedor de retirar um grito engasgado há mais de 30 anos na garganta. Não quero ser fatalista, pois ainda há muito campeonato pela frente, porém são esses pontinhos contra o Botafogo que fazem falta lá no final. Aliás, falam tanto do Fogão, mas não é de hoje que eles vêm aqui e nos vencem: 2005, 2007, 2009 e 2012. A potencial vitória no último domingo deixará saudade exclusivamente no colorado, que os entregou os pontos a um time inofensivo no campeonato brasileiro - reiterando uma antiga e deplorável fama de “ressuscitador de mortos”.
Se ideia é o sentimento do torcedor semana a semana, vou encerrando minha postagem. Afinal, estou brabo agora, mas amanhã, talvez com uma vitória sobre o Sport, a esperança seja renovada e o Inter consiga engrenar – até o próximo tropeço que me deixe fulo de novo. Se o clube quiser conquistar o Brasileirão, vai ter que fazer diferente; diferente de todos os anos anteriores nos pontos corridos, onde sempre faltou aquele maldito sprint durante o campeonato. Cada jogo é uma decisão e, por favor, tá na hora de tirar o caneco de paulistas e cariocas, pô.
Obs1: mania maldita de levar de ex colorado, hein?
Gabriel Guidotti

Nenhum comentário:

Postar um comentário