O
Internacional é um clube tricampeão brasileiro tendo se consagrado, em
1979, como o único invicto a conquistar o campeonato. A reputação
precede uma entidade que ficou duas décadas lembrando-se desse passado
glorioso, mas não o paradoxo do desejo, vendo novas conquistas fugirem
pela culatra. Anos depois, veio o período dourado, onde uma quantidade
considerável de títulos expressivos dominou os portões do Beira-Rio,
trazendo a torcida de volta para junto do seu time do coração.
Mas
é ao brasileirão que desejo me referir. Os pontos corridos são
malvados. Parece coincidência, mas na única vez que fizemos algo
diferente do que fazemos todos os anos, o Colorado teve a petulância de
tentar ganhar o título que o Corinthians comprou. Era para sermos tetra
naquela ocasião, mas nossa derrota fora do campo deixou o clube mais
forte e, evidentemente, muito mais competitivo. Competitivo, sim. Contra
o Fluminense, na última Libertadores, demonstrou-se que a camisa ganhou
um peso maior para jogos de mata ou morre. Duas partidas onde houve
superioridade absoluta, mas melancolicamente, uma eliminação
circunstancial. É do jogo. Pontos corridos, todavia, e como disse, são
malvados. Eles dizem para o Inter, independente dos jogadores que vestem
sua camisa: você cometerá os mesmos erros todos os anos, sem parar. Vai
entrar achando que ganhará
todas as partidas em casa e tropeçará ridiculamente nos embates fáceis.
Dará esperança a torcida em vitórias colossais contra gigantes, mas
perderá pontos para os pequenos. Tirará dos ricos e entregará aos
pobres. E assim a onda vai. O Inter, todos os anos, é apontado como
favorito no Brasileirão em virtude do belo plantel, porém nunca confirma
essa tendência. Fica lá beirando a primeira colocação como se fosse um
espermatozoide desejando o óvulo, mas nunca faz o filho. Nunca conquista
a criança. Nunca dá o prazer ao seu torcedor de retirar um grito
engasgado há mais de 30 anos na garganta. Não quero ser fatalista, pois
ainda há muito campeonato pela frente, porém são esses pontinhos contra o
Botafogo que fazem falta lá no final. Aliás, falam tanto do Fogão, mas
não é de hoje que eles vêm aqui e nos vencem: 2005, 2007, 2009 e 2012. A
potencial vitória no último domingo deixará saudade exclusivamente no
colorado, que os
entregou os pontos a um time inofensivo no campeonato brasileiro -
reiterando uma antiga e deplorável fama de “ressuscitador de mortos”.
Se
ideia é o sentimento do torcedor semana a semana, vou encerrando minha
postagem. Afinal, estou brabo agora, mas amanhã, talvez com uma vitória
sobre o Sport, a esperança seja renovada e o Inter consiga engrenar –
até o próximo tropeço que me deixe fulo de novo. Se o clube quiser
conquistar o Brasileirão, vai ter que fazer diferente; diferente de
todos os anos anteriores nos pontos corridos, onde sempre faltou aquele
maldito sprint durante o campeonato. Cada jogo é uma decisão e, por
favor, tá na hora de tirar o caneco de paulistas e cariocas, pô.
Obs1: mania maldita de levar de ex colorado, hein?
Gabriel Guidotti
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