quarta-feira, 20 de junho de 2012

Esgrima Brasileira: muito talento, mas pouco investimento.


Esgrima Brasileira: muito talento, mas pouco investimento.


Equipe Brasileira, que conseguiu a medalha de Bronze inédita para o Brasil nos Jogos de Guadalajara.

A chegada da Esgrima no Brasil

Relatos da prática da esgrima remontam o século XVI. Há relatos desta época, em manuscritos europeus, que mostram a prática deste esporte. Na França, no período do absolutismo (séculos XVII e XVIII), havia competições de lutas com a utilização de sabres e espadas. No ano de 1896, nos Jogos Olímpicos de Atenas, a esgrima fez parte do quadro de modalidades esportivas. A prática da esgrima chegou ao Brasil durante o período Imperial. Já no começo do século XX, militares do Rio de Janeiro adotavam a prática da esgrima durante os treinamentos.Safra boa em 2011

A esgrima brasileira tem conquistado bons resultados nos últimos anos. No ano passado, o Brasil obteve a medalha de bronze inédita na categoria por equipes, do Pan Americano de Guadalajara. O esporte vem crescendo cada vez mais no Brasil. Mas para Tywillian Guzenski, atleta da SOGIPA (Sociedade Ginástica de Porto Alegre), apesar do talento existente se houvessem investimentos o Brasil poderia vir a ser uma potência na Esgrima.


O esgrimista profissional Tywillian Guzenski que hoje é o 3º melhor esgrimista brasileiro, segundo o ranking da CBE (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ESGRIMA), tem uma rotina de treinos exaustiva (uma média de 6 horas diárias) e relata em sua entrevista exclusiva para “A VOZ DO TORCEDOR”, que uma das principais dificuldades para quem joga Esgrima, é se sustentar no meio, pois hoje além de uma ajuda de custo que recebe de seu clube, a SOGIPA, somente o Governo Federal investe em peso no esporte brasileiro com projetos de incentivo ao esporte.
 

Tywillian e seu treinador, o cubano Velásquez, no Circuito brasileiro de Esgrima.
Profissionalização

O esgrimista Gaúcho, começou a participar de campeonatos importantes mesmo em 2005 participou de seu primeiro Campeonato Sul Americano, mas se profissionalizou no esporte, em 2008, foi quando começou a receber premiações e ajudas de custo que fizeram a ajuda financeira de casa diminuir.

 “
Tenho direito à Bolsa Atleta, que é um programa do Governo Federal que estimula o esporte, visando as Olimpíadas de 2016, no Brasil. Não é um dinheiro ideal, mas ajuda bastante, é um bom dinheiro. E o clube sempre ajuda, no meu caso, a Sogipa sempre me deu uma força com passagens e despesas nas viagens. E algum que outro patrocínio pontual, para uma competição em especial. Eu acho que não é o ideal”. Afirma o esgrimista sobre seus lucros que a esgrima tem lhe rendido.

Iniciação ao esporte

O atleta Gaúcho, diz que treina esgrima desde seus nove anos de idade, começou em 1998, conheceu a esgrima, através do “Projeto Criança” da SOGIPA, que consiste em fazer uma introdução as diversas modalidades esportivas, e de lá, grandes nomes do esporte Gaúcho também saíram, como o judoca bi- Campeão Mundial, João Derly.

“A Sogipa (Sociedade Ginástica de Porto Alegre), que têm um projeto chamado Projeto Criança, aonde a criançada vai, no turno inverso ao do colégio. Como eu estudava de tarde, eu comparecia lá pela manhã. E nesse projeto tu praticas todos os esportes que tem lá, foi ali que eu conheci a Esgrima. Quando comecei na Sogipa, o meu treinador disse que eu levava jeito, e me convidou para treinar em outro turno também, depois do colégio. Eu gostava e comecei, desde então eu nunca parei” diz Tywillian, explicando como surgiu seu interesse pelo esporte.

Palavra de quem sabe

Sem dúvidas, projetos como este da SOGIPA, formam sim, futuros atletas com potencial para serem campeões. Pois quando se aprende a modalidade desde pequeno, as ações motoras, movimentos técnicos ficam registrados em nossa memória, se tornando assim, quase automatizados na hora do jogo, quem afirma é o Professor de Educação Física Willian Snair Moraes, formado em Ciências do Desporto na PUCRS.

 “Quando se é novo, e se começa a aprender gestos motores desde cedo, quando se fica mais velho, quando você atinge o ‘pico’, o ‘auge’, você vê a diferença técnica, a evolução do seu jogo, isto não só para a Esgrima, mas para todas as modalidades” Confirma Willian, a importância do esporte desde cedo.
Tywillian marcando ponto, contra outro brasileiro no Circuito brasileiro de esgrima.Treino é jogo, jogo é guerra
Tywillian(E) ao lado da Presidente da República, Dilma Roussef.
Treino é jogo, jogo é guerra

O atleta Tywillian, tem uma rotina diária de 6horas em média de treinos, atualmente, além de treinar e se preparar no Brasil com seu treinador cubano Velásquez, o esgrimista também treina na Europa, ele optou por fazer sua preparação na Hungria, pois além do nível técnico e competitivo ser muito maior, a infra- estrutura é muito melhor.

Infelizmente o Brasil ainda não é grande nesse tipo de esporte, a diferença é que na Europa eu tenho mais pessoas para treinar e o nível de competitividade lá é bem maior. No nosso país, o esporte é ainda muito limitado, e por isso opto por treinar na Europa” explica Tywillian, o porquê de sua preferência.

E o resultado de seus treinos foi nítido, além da medalha de bronze inédita no Pan Americano de Guadalajara, sua irmã e também esgrimista (jogadora de florete), Taylane Guzenski, também afirmou que a qualidade técnica de seu irmão, aumentou muito, em níveis de agilidade, técnica, ações, e até o mental.

“ O Tylli (apelido carinhoso dado pela família e amigos), sem dúvidas evoluiu muito o seu jogo, as suas ações, quando tu observas o jogo dele, tu percebe que ele está mais rápido, que suas ações são mais diretas, mais objetivas. Esta é a diferença de fato. Quando você quer evoluir, você precisa procurar quem entenda de esgrima, e nesse caso os brasileiros estão longe ainda do nível dos europeus. Espero eu também após me formar na faculdade ter essa experiência de treinar na Europa, de repente junto com meu irmão na Hungria” elogia Taylane o nível técnico atingido por seu irmão.

Para Tywillian, a competição mais importante que competiu, e foi onde melhor jogou, foi o Pan Americano de Guadalajara, onde conquistou a medalha de bronze. Afirmou ainda que o duelo, estava muito equilibrado até que o jogo terminou com o Brasil a frente da Venezuela por 2 pontos de diferença.

ATENÇÃO precisa-se de investimentos

A esgrimista Taylane Guzenski, afirma que é necessário que o Brasil invista em condições melhores, para treino, que banquem treinadores qualificados, para que os atletas possam retornar ao fim de suas jornadas com uma medalha no peito como seu irmão.

“ Com certeza, o Brasil é um país que tem muito potencial bruto, mas que ainda não foi lapidado... Para 2016, no Rio de Janeiro, vamos precisar de treinadores e espaços qualificados para treinar- mos e nos qualificar- mos para os Jogos Olímpicos e voltar com a missão cumprida e a medalha no peito” confirmou Taylane.

Londres 2012

A expectativa para os jogos de Londres neste ano, para esgrima brasileira é que o esgrimista Guilherme Toldo do Florete individual, apesar de muito novo e pouca experiência, com sua técnica apurada e agilidade conquiste alguma medalha em Londres, mas Taylane trata de dizer:

“ O Toldo, tem que estar preparado, pois apesar de ser muito bom tecnicamente, falta para ele experiência para cadenciar o jogo. Com certeza seus treinadores terão que preparar seu psicológico para as batalhas que virão, mas capacidade e talento para tal feito o mesmo possuí” afirmou Taylane.

Outro nome que agrada o esgrimista Tywillian Guzenski, é o de Renzo Agresta, 1º colocado do ranking nacional na categoria dos Sabres, o esgrimista do Clube Pinheiros, de São Paulo, agrada e muito Tywillian, pois nos últimos momentos por poucos pontos de diferença conquistou a última vaga para Londres, e a expectativa de Tywillian, é que o mesmo retorne para o Brasil com uma medalha também, pois além de técnica, já possuí alguma experiência no cenário internacional.

Por Giovani Gafforelli
giovani.gafforelli@gmail.com
Créditos: Renan Agostini
Agradecimentos: Tywillian Guzenski e Taylane Guzenski

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Aquele "remontam o século XVI" matou, é sério. Foi um "headshot" no segundo inicial da partida. Tentei seguir adiante, mas a utilização das virgulas nos parágrafos é análoga com o contraste social brasileiro: uns com tantas; outros, com tão poucas. Parei por aí. Prometo tentar com mais afinco na próxima.

    Dica: "remontar", no sentido de "buscar origem" ou "buscar a data", exige, para manter a correção, um objeto indireto a ser iniciado pela preposição "a". Portanto, o correto é "relatos da prática da esgrima remontam ao século XVI".
    Cuidado ao utilizar termos que não façam parte de seu cotidiano. É preferível valer-se de um vocabulário simples e correto ao invés de empregar, erroneamente, uma linguagem sofisticada.

    Saudações.
    Rodrigo Rocha

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