Esgrima Brasileira: muito talento, mas pouco investimento.
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Equipe Brasileira, que conseguiu a medalha de Bronze inédita para o Brasil nos Jogos de Guadalajara.
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A
chegada da Esgrima no Brasil
Relatos da prática da esgrima remontam o
século XVI. Há relatos desta época, em manuscritos europeus, que mostram a
prática deste esporte. Na França, no período do absolutismo (séculos XVII e
XVIII), havia competições de lutas com a utilização de sabres e espadas. No ano
de 1896, nos Jogos Olímpicos de Atenas, a esgrima fez parte do quadro de
modalidades esportivas. A prática da esgrima chegou ao Brasil durante o período
Imperial. Já no começo do século XX, militares do Rio de Janeiro adotavam a
prática da esgrima durante os treinamentos.Safra boa em 2011
A esgrima brasileira tem conquistado bons resultados nos últimos anos. No ano passado, o Brasil obteve a medalha de bronze inédita na categoria por equipes, do Pan Americano de Guadalajara. O esporte vem crescendo cada vez mais no Brasil. Mas para Tywillian Guzenski, atleta da SOGIPA (Sociedade Ginástica de Porto Alegre), apesar do talento existente se houvessem investimentos o Brasil poderia vir a ser uma potência na Esgrima.
O esgrimista profissional Tywillian Guzenski que hoje é o 3º melhor esgrimista brasileiro, segundo o ranking da CBE (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ESGRIMA), tem uma rotina de treinos exaustiva (uma média de 6 horas diárias) e relata em sua entrevista exclusiva para “A VOZ DO TORCEDOR”, que uma das principais dificuldades para quem joga Esgrima, é se sustentar no meio, pois hoje além de uma ajuda de custo que recebe de seu clube, a SOGIPA, somente o Governo Federal investe em peso no esporte brasileiro com projetos de incentivo ao esporte.
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Tywillian e seu treinador, o cubano Velásquez, no Circuito brasileiro de Esgrima.
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Profissionalização
O esgrimista Gaúcho, começou a participar de campeonatos importantes mesmo em
2005 participou de seu primeiro Campeonato Sul Americano, mas se
profissionalizou no esporte, em 2008, foi quando começou a receber premiações e
ajudas de custo que fizeram a ajuda financeira de casa diminuir.
“Tenho
direito à Bolsa Atleta, que é um programa do Governo Federal que estimula o
esporte, visando as Olimpíadas de 2016, no Brasil. Não é um dinheiro ideal, mas
ajuda bastante, é um bom dinheiro. E o clube sempre ajuda, no meu caso, a
Sogipa sempre me deu uma força com passagens e despesas nas viagens. E algum
que outro patrocínio pontual, para uma competição em especial. Eu acho que não
é o ideal”. Afirma o esgrimista sobre seus lucros que a esgrima tem lhe
rendido.
Iniciação ao esporte
O atleta Gaúcho, diz que treina esgrima desde seus nove anos de idade, começou
em 1998, conheceu a esgrima, através do “Projeto Criança” da SOGIPA, que
consiste em fazer uma introdução as diversas modalidades esportivas, e de lá,
grandes nomes do esporte Gaúcho também saíram, como o judoca bi- Campeão
Mundial, João Derly.
“A Sogipa (Sociedade Ginástica de Porto Alegre), que têm um projeto chamado
Projeto Criança, aonde a criançada vai, no turno inverso ao do colégio. Como eu
estudava de tarde, eu comparecia lá pela manhã. E nesse projeto tu praticas
todos os esportes que tem lá, foi ali que eu conheci a Esgrima. Quando comecei
na Sogipa, o meu treinador disse que eu levava jeito, e me convidou para
treinar em outro turno também, depois do colégio. Eu gostava e comecei, desde
então eu nunca parei” diz Tywillian, explicando como surgiu seu interesse pelo
esporte.
Palavra de quem sabe
Sem dúvidas, projetos como este da SOGIPA, formam sim, futuros atletas com
potencial para serem campeões. Pois quando se aprende a modalidade desde
pequeno, as ações motoras, movimentos técnicos ficam registrados em nossa
memória, se tornando assim, quase automatizados na hora do jogo, quem afirma é
o Professor de Educação Física Willian Snair Moraes, formado em Ciências do
Desporto na PUCRS.
“Quando se é novo, e se começa a
aprender gestos motores desde cedo, quando se fica mais velho, quando você
atinge o ‘pico’, o ‘auge’, você vê a diferença técnica, a evolução do seu jogo,
isto não só para a Esgrima, mas para todas as modalidades” Confirma Willian, a
importância do esporte desde cedo.
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Tywillian marcando ponto, contra outro brasileiro no Circuito brasileiro de esgrima.Treino é jogo, jogo é guerra
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Tywillian(E) ao lado da Presidente da República, Dilma Roussef. |
Treino é jogo, jogo é guerra
O atleta Tywillian, tem uma rotina diária de 6horas em média de treinos,
atualmente, além de treinar e se preparar no Brasil com seu treinador cubano
Velásquez, o esgrimista também treina na Europa, ele optou por fazer sua
preparação na Hungria, pois além do nível técnico e competitivo ser muito
maior, a infra- estrutura é muito melhor.
“Infelizmente o Brasil ainda não é
grande nesse tipo de esporte, a diferença é que na Europa eu tenho mais pessoas
para treinar e o nível de competitividade lá é bem maior. No nosso país, o
esporte é ainda muito limitado, e por isso opto por treinar na Europa” explica
Tywillian, o porquê de sua preferência.
E o resultado de seus treinos foi nítido, além da medalha de bronze inédita no
Pan Americano de Guadalajara, sua irmã e também esgrimista (jogadora de
florete), Taylane Guzenski, também afirmou que a qualidade técnica de seu
irmão, aumentou muito, em níveis de agilidade, técnica, ações, e até o mental.
“ O Tylli (apelido carinhoso dado pela família e amigos), sem dúvidas evoluiu
muito o seu jogo, as suas ações, quando tu observas o jogo dele, tu percebe que
ele está mais rápido, que suas ações são mais diretas, mais objetivas. Esta é a
diferença de fato. Quando você quer evoluir, você precisa procurar quem entenda
de esgrima, e nesse caso os brasileiros estão longe ainda do nível dos
europeus. Espero eu também após me formar na faculdade ter essa experiência de
treinar na Europa, de repente junto com meu irmão na Hungria” elogia Taylane o
nível técnico atingido por seu irmão.
Para Tywillian, a competição mais importante que competiu, e foi onde melhor
jogou, foi o Pan Americano de Guadalajara, onde conquistou a medalha de bronze.
Afirmou ainda que o duelo, estava muito equilibrado até que o jogo terminou com
o Brasil a frente da Venezuela por 2 pontos de diferença.
ATENÇÃO
precisa-se de investimentos
A esgrimista Taylane Guzenski, afirma que é necessário que o Brasil invista em
condições melhores, para treino, que banquem treinadores qualificados, para que
os atletas possam retornar ao fim de suas jornadas com uma medalha no peito
como seu irmão.
“ Com certeza, o Brasil é um país que tem muito potencial bruto, mas que ainda
não foi lapidado... Para 2016, no Rio de Janeiro, vamos precisar de treinadores
e espaços qualificados para treinar- mos e nos qualificar- mos para os Jogos
Olímpicos e voltar com a missão cumprida e a medalha no peito” confirmou
Taylane.
Londres 2012
A expectativa para os jogos de Londres neste ano, para esgrima brasileira é que
o esgrimista Guilherme Toldo do Florete individual, apesar de muito novo e
pouca experiência, com sua técnica apurada e agilidade conquiste alguma medalha
em Londres, mas Taylane trata de dizer:
“ O Toldo, tem que estar preparado, pois apesar de ser muito bom tecnicamente,
falta para ele experiência para cadenciar o jogo. Com certeza seus treinadores
terão que preparar seu psicológico para as batalhas que virão, mas capacidade e
talento para tal feito o mesmo possuí” afirmou Taylane.
Outro nome que agrada o esgrimista Tywillian Guzenski, é o de Renzo Agresta, 1º
colocado do ranking nacional na categoria dos Sabres, o esgrimista do Clube
Pinheiros, de São Paulo, agrada e muito Tywillian, pois nos últimos momentos
por poucos pontos de diferença conquistou a última vaga para Londres, e a
expectativa de Tywillian, é que o mesmo retorne para o Brasil com uma medalha
também, pois além de técnica, já possuí alguma experiência no cenário internacional.
Por Giovani Gafforelli
giovani.gafforelli@gmail.com
Créditos: Renan Agostini
Agradecimentos: Tywillian Guzenski e Taylane Guzenski